quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tristeza.

Tristeza. É este o sentimento que nesta manhã me invade e que me impulsiona para o blogue, sem poder esperar o fim do dia para a expurgar. A razão para este sentimento, tão fortemente discordante desta experiência magnífica que estou a viver, prende-se com a impossibilidade de explorar nestes últimos dias que se aproximam, este país imenso e este continente enigmático que é a América Latina.

Ser privado, talvez, do maior prazer que tenho na vida, Viajar, é tirarem-me toda a alegria de viver, de conviver, de conhecer novas culturas e lugares que mudamos com a nossa personalidade e que nos mudam com as suas culturalidades.

Escrevo porque pouco mais me resta para expressar a mágoa que me invade neste momento e porque escrevendo me sinto um pouco menos triste, um pouco menos revoltado. Como em tudo na vida a Culpa não é solteira e aqui ela é de todos e não é de ninguém. Mais uma vez sinto que não aprendi com os erros do passado e deixei de viver na plenitude uma das fases mais fantásticas da minha juventude. 

Se alguma coisa compensou ou justificou isso? Podemos dizer que sim: óptimas notas na faculdade que superaram as expectativas. Mas será que sim mesmo? Interrogo-me sobre a validade desta justificativa que por uma cegueira de uma média me castra momentos e fases irrecuperáveis na minha existência. Na verdade, já não sei mais o que compensa ou quem está verdadeiramente certo. Tentei fazer um equilíbrio entre os dois lados da experiência, lazer e trabalho, mas o facto é que não funcionou. Culpar factores económicos? Talvez seja possível mas ainda assim um bode expiatória à verdadeira causa: espíritos velhos, comezinhos, que se compadecem com as 'coisinhas' do dia-a-dia, com as piadas velhas e gastas que já ninguém suporta e que vivem num turbilhão de exigências auto impostas e de origem externa, que não são próprias para a idade.

Comigo carrego esta Mágoa daqui.
Comigo viverá, certamente, por saber que em tais circunstâncias nada mais disto se repetirá.
Tristeza. 

Sem comentários:

Enviar um comentário