sábado, 16 de outubro de 2010

Adventus Caelum...

Divinal. É esta a palavra que pode descrever a experiência desta tarde e por momentos, mesmo, quase que pensei que estava na minha Velha, Civilizada e Culta Europa! A convite da Prof.ª Claúdia Brütt, nossa professora de Atendimento Publicitário, fomos esta tarde ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Até há 2 anos atrás o Theatro estava profundamente degradado sem qualquer interesse para a vida cultural da cidade mas através do interesse e suporte financeiro do BNDES e da Petrobrás foi possível restaurar interna e externamente o teatro e torná-lo em algo magnífico!

Construído à imagem da Ópera de Paris, o Theatro Municipal é residência permanente da Orquestra Sinfónica Brasileira (OSB) e não há palavras para descrever a beleza dos seus interiores...!


Todos eles estão magnificamente ornamentados com decorações alusivas a cenas da mitologia Greco-Romana, trabalhadas em madeira forrada a talha dourada, ferro e bronze, com inspiração nos elementos decorativos e arquitectónicos clássicos.


O famoso Café Assyrio, onde se pode tomar um café expresso ou um chocolate quente no intervalo dos espectáculos, assenta num estilo egípcio, com os topos das colunas que suportam o tecto a serem esfinges com cabeças de leões e as paredes decoradas com figuras de louvor ao Faraó e escrituras egípcias.


Mas depois de ter apresentado a historia do local aqui fica o acontecimento que de facto nos levou hoje ao Theatro Municipal: "O Anel dos Nibelungos", a famosa obra de Wagner que serviu de inspiração à banda sonora da mundialmente reconhecida trilogia d' "O Senhor dos Anéis"!

Atendendo a que a composição musical tem mais de 14 horas seria impossível ouvi-la por inteiro no Theatro mas tivemos o privilégio de escutar a Parte II, uma das mais famosas, que chegou mesmo a inspirar um anúncio da companhia de seguros Império Bonança, em Portugal, ainda na década de 90.


A orquestra, magistralmente organizada e liderada pelo maestro Roberto Minczuk, é composta por cerca de 150 elementos distribuídos pelos instrumentos clássicos orquestrais e tocou magnificamente os trechos sinfónicos das quatro óperas que compõem o ciclo "O Anel dos Nibelungos", à semelhança dos concertos já apresentados em várias partes do Mundo, com a mesma composição, nas cidades de Nova Iorque, Londres e Paris.

De acrescentar ainda que, apesar desta ópera ser a parte central do programa, ela foi precedida numa primeira parte pelo Prelúdio da Ópera  "Parsifal", também ela de Wagner, e numa segunda parte, pela obra de 1956, de György Ligeti, "Lontano". A primeira, a última obra de Wagner, marcada por um tom fúnebre e religioso numa escultura de ascensão musical que culmina num êxtase sensacional e a segunda marcada pela esperança do pós II Guerra Mundial.

Por fim, e para todos os que me conhecem bem de mais, foi bom ver, cheirar e conviver com pessoas civilizadas, num país que em matéria de "savoir-être et savoir-faire" está a anos luz da Europa, nossa terra mãe! Foi magnífico ver todos os senhores com os seus belos fatos e fraques e as senhoras com os seus vestidos cerimoniais elegantíssimos e os seus perfumes inebriantes.

Por duas horas senti-me em Lisboa!

1 comentário:

  1. Uouuu, Lindo, lindo, lindo.
    As imagens estão lindissimas e o edificio parece ser qualquer coisa de extraordinario.

    beijos grandes INes

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