Desde a passada sexta-feira que o Rio tem vivido uns tempos conturbados que, hoje, atingiram o seu pico!
A tranquilidade aparente da cidade (digo aparente porque de facto ao longo de todo o ano sempre vai havendo violência numa cidade que todos sabemos que não é segura) foi abalada por uma onde de violência sem precedentes. Tais eventos, de acordo com a opinião dos media locais, nunca tinham acontecido com a intensidade desta vez.
Então tudo começou quando, após as eleições do passado mês e, a tomada de posse de toda a equipa da Prefeitura do Rio. O Governador Sérgio Cabral, na continuidade do mandato anterior, decidiu pôr em prática uma das suas promessas de campanha e uma das decisões de que já se falava desde o mandato anterior: as famosas UPP's.
As UPP's, Unidades de Policia Pacificadora, estão agora a ser instaladas nas favelas ou comunidades, como gostam agora mais de chamar, o que inervou evidentemente o tráfico de droga e os dealers. Com a presença da polícia nas principais favelas do Rio a vida dos traficantes fica agora bem mais dificil e...como já seria de esperar eles não ficariam quietos.
Uma onda de ataques violentos e consertados em diversas partes da cidade que começaram muito discretamente com arrastões e assaltos aos 4 por dia, evoluíram para coisas mais hardcore, tipo puxarem fogo a carros e autocarros com pessoas lá dentro e assaltos violentos aos 20 por dia! Em 4/5 dias a situação tomou tais proporções que a cada dia que se ligava a televisão para ver notícias só se ouvia "nova onda de ataques a ônibus e carros que foram incendiados esta madrugada, manhã, tarde, noite...". O pânico espalhou-se rapidamente sobretudo porque pela primeira vez em muito tempo começaram a ser registados incidentes na Zona Sul e o trânsito quase que desapareceu porque as pessoas têm medo de ficarem sem os seus carros ou mesmo morrerem incendiadas dentro deles.


Empresas deram dispensa aos seus trabalhadores nas zonas onde o conflito está mais agudo, o Centro, Duque de Caxias e Penha, enquanto que todos os colégios e universidades destas zonas dispensaram os seus alunos das aulas. Na própria PUC houve um pequeno assalto que nem chegámos a perceber de que género ou que dimensão tinha tido mas a coisa foi abafada para não gerar o pânico.
Hoje, com o BOPE e tanques da marinha, a polícia conseguiu entrar nas favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, onde vivem meio milhão de pessoas, e com verdadeira artilharia de guerra, digna do conflito no Iraque, conseguiram controlar as comunidades, duas das mais perigosas da cidade.
Agora, todos aguardamos com as mãos postas em Deus que a situação acalme! Fala-se na ocupação da Rocinha e do Vidigal em breve mas espero que não, porque então prever-se-á uma chacina! Nervoso e expectante com a situação que aqui vivemos aguardo os desenvolvimentos dos próximos dias e rezo a Deus para que nada nos aconteça a nós enquanto cá estivermos pois seria complicado.
Beijos e abraços
Alex
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