domingo, 28 de novembro de 2010

Too many moods today!...

Nenhum outro titulo podia descrever melhor o fim de dia de hoje. São agora 11:10h da noite e apesar de não me apetecer escrever no blog, lá combati a minha inércia e me atirei à escrita. Contudo, hoje, não me vou estender muito como tenho feito ultimamente.

O dia foi de estudo e estudo e mais estudo com Derivativos da parte da manhã, almoço em casa e depois à tarde História Económica com a Guerra Fria a dar comigo em louco...mas para dizer verdade adoro esta matéria e acho que a prova me vai correr bem!

Mas muitas moods porquê? Porque hoje depois do jantar deu-me para ouvir Lady Gaga outra vez, nas versõs Bad Romance, Paparazzi e Alejandro e também Taio Cruz com o seu Dynamite e ainda Teenage Dream do Glee ou a nova série da Globo Cariocas...enfim, quando o stress é muito tentamos procurar escapes.

Por aqui tudo já mais calmo com as questões da violência e hoje foi sem dúvida um marco histórico para a cidade do Rio e para o Brasil. A Policia Militar conseguiu dominar o Morro do Alemão, o maior conjunto de favelas do Rio, com quase 600 mil pessoas a lá viver e como simbolo desta nova era carioca foi hasteada uma bandeira do Brasil no topo do morro. E logo viram que eu tinha de estar no Rio quando se dá a operação militar brasileira do século!


O problema é bem mais profundo do que esta simplicidade aparente mas deixo esse tema para um próximo post.

Mais um dia com beijos e abraços da Cidade Maravilhosa

Alex

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma Cidade em Estado de Sítio!

Desde a passada sexta-feira que o Rio tem vivido uns tempos conturbados que, hoje, atingiram o seu pico! 

A tranquilidade aparente da cidade (digo aparente porque de facto ao longo de todo o ano sempre vai havendo violência numa cidade que todos sabemos que não é segura) foi abalada por uma onde de violência sem precedentes. Tais eventos, de acordo com a opinião dos media locais, nunca tinham acontecido com a intensidade desta vez.

Então tudo começou quando, após as eleições do passado mês e, a tomada de posse de toda a equipa da Prefeitura do Rio. O Governador Sérgio Cabral, na continuidade do mandato anterior, decidiu pôr em prática uma das suas promessas de campanha e uma das decisões de que já se falava desde o mandato anterior: as famosas UPP's.

As UPP's, Unidades de Policia Pacificadora, estão agora a ser instaladas nas favelas ou comunidades, como gostam agora mais de chamar, o que inervou evidentemente o tráfico de droga e os dealers. Com a presença da polícia nas principais favelas do Rio a vida dos traficantes fica agora bem mais dificil e...como já seria de esperar eles não ficariam quietos.

Uma onda de ataques violentos e consertados em diversas partes da cidade que começaram muito discretamente com arrastões e assaltos aos 4 por dia, evoluíram para coisas mais hardcore, tipo puxarem fogo a carros e autocarros com pessoas lá dentro e assaltos violentos aos 20 por dia! Em 4/5 dias a situação tomou tais proporções que a cada dia que se ligava a televisão para ver notícias só se ouvia "nova onda de ataques a ônibus e carros que foram incendiados esta madrugada, manhã, tarde, noite...". O pânico espalhou-se rapidamente sobretudo porque pela primeira vez em muito tempo começaram a ser registados incidentes na Zona Sul e o trânsito quase que desapareceu porque as pessoas têm medo de ficarem sem os seus carros ou mesmo morrerem incendiadas dentro deles.


Empresas deram dispensa aos seus trabalhadores nas zonas onde o conflito está mais agudo, o Centro, Duque de Caxias e Penha, enquanto que todos os colégios e universidades destas zonas dispensaram os seus alunos das aulas. Na própria PUC houve um pequeno assalto que nem chegámos a perceber de que género ou que dimensão tinha tido mas a coisa foi abafada para não gerar o pânico.

Hoje, com o BOPE e tanques da marinha, a polícia conseguiu entrar nas favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, onde vivem meio milhão de pessoas, e com verdadeira artilharia de guerra, digna do conflito no Iraque, conseguiram controlar as comunidades, duas das mais perigosas da cidade.

Agora, todos aguardamos com as mãos postas em Deus que a situação acalme! Fala-se na ocupação da Rocinha e do Vidigal em breve mas espero que não, porque então prever-se-á uma chacina! Nervoso e expectante com a situação que aqui vivemos aguardo os desenvolvimentos dos próximos dias e rezo a Deus para que nada nos aconteça a nós enquanto cá estivermos pois seria complicado.

Beijos e abraços

Alex

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

One Heart, One Language, One Ocean...Two Countries!

Nos últimos tempos, desde que Lisboa está cada vez mais perto e se parece cada vez menos como uma miragem, que tenho andado meio dividido na minha paixão pelo Rio e pela Cidade do Tejo.

Lá, tenho a minha vida, os meus amigos, a minha família que tanto amo e adoro e uma cidade maravilhosa, cujo pôr-do-sol no rio ao fim da tarde é de uma beleza rara no Mundo. Por outro lado passei aqui momentos tão bons como nunca pensei que iria passar.

Em primeiro lugar como não podia deixar de ser a referência ao meu amigo Francisco, que é já um irmão. As gargalhadas infindáveis que se ouvem nos outros apartamentos por causa das personagens do Pêpê, da Dra., do Castelo Branco; por causa da Andreia e da D. Amélia, do Adrício e do Adaulto; das lipos e da Cláudia Brütt...

Depois os novos amigos brasileiros...sim, a nossa família aqui no Rio que foram uns autênticos pais para nós: a Andreia, o Jorge, a Monique e o Gabriel que foram os quatro mais próximos de nós no dia-a-dia, a almoçarem, jantarem, passearem e rir mas também pensar em assuntos sérios ao longo de quase 6 meses. Depois, também no meu coração, ainda que mais distantes por questões de carreira ou de vida pessoal, a Adriana, a Valéria, a Alexandra, a D. Vera, a Ana e a Luísa.

O nosso famoso Tio Sam que tantas vezes nos deu almoço, jantar e abrigo com as suas condições por vezes duvidosas mas muito simpáticos com o Sr. Chico, o dono que é português e nos adora, mas também os seus 3 empregados e a pequeninina linda, neta do sr. Chico. Os meus caldos verdes com pão, os medalhões à Piamontese, o filé de frango à mil e uma formas ou os pastéis de carne e camarão ou os sucos de laranja e abacaxi!!!

A PUC...ah!!! Que saudades vou ter. Um espaço lindo com uma floresta tropical magnífica e edifícios antigos mas com algo de especial, quase nostálgico que fica no coração. A turma do Leonardo, a mais espectacular, com o Gustavo e a Tarcila nos seus rapps e a Telma com as suas teorias filosóficas e pensamentos profundos ou o Leonardo que só queria era dar aulas nas calmas e que ninguém o chateasse. A turma da Clarissa com o seu "Oi queridos! Tudo bom com vocês?" ou o seu "Querido, você tá enganando quem? Você ou eu?" que tanto nos fez rir tanto e os risos maléficos ou a cena do "Vá à merda!" quando falava no celular com a operadora do call centre! A Isabelli, a Tânia, o Marcelo, a Jociene e a trupe yô da sala que desafiava a cada instante a autoridade da Clarissa. A turma do Prof. Figueiredo com o "Castor", e "os portugueses, tudo ok?", ou o "todo o mundo entendendo gente?!". A turma do Gesualdi com o Alexandre rebelde, a Fernandinha, o William Bonner, o nosso João tuga e o "isso aqui é Multivariada Turismus!" ou o "é foda!" ou o "caralho" do Gesualdi que foi o professor mais bacana e simpático, sempre a dizer as suas asneiradas e a brincar connosco alunos. E depois as turmas do Marcelo Maia de Administração Financeira, de História do Sydnam Lourenço e de Atendimento Publicitário da nossa querida professora Claúdia Brütt, ou Bruta como nós lhe chamamos, com o seu "vai levaaaaar com a Mocaaaaaa!! Truz, truz, truz..." e ainda a turma dela com o Rafael, a Maria Vitória, o Marcelo, a Ana Carolina e a Dominique e a sua amiga pequenina e a Gabriela e a. Os yogos com toppings de que vou sentir tanta falta, tão fresquinhos! As sandes do FastWay de frango, os brigadeiros da Casa das Empadas e as mousses do Eruditus. A papelaria Carga Nobre e os pilotis onde todos os dias havia algo novo desde a Mostra PUC-Rio, as demonstrações de surf e moda ou exposições de fotos e instalações estranhas de grande originalidade. As mesas no jardim onde almoçávamos tão agradavelmente as nossas sandes e ainda as fotocópias nos edifícios decrépitos da Vila ou o RDC com os seus mil e um computadores e milhares de fotocópias atrapalhadas nas bandejas de impressão. E assim podia continuar mas haveria muito para contar.... o resto fica no melhor documento que existe na nossa vida: a Lembrança!

Para terminar frisar a enorme descoberta de amizades com a nossa querida Telma, que certamente ficará no nosso coração e que tantas vezes nos acompanhou em trabalhos e viagens e almoços e passeios sempre com a sua boa disposição e sotaque do Norte e também a Mariana, a Rita e o Ramada, aqueles que também já conhecia e por isso desenvolvi maior carinho e consideração. O que nos ajudaram com o nosso trabalho, os 2 jantares tão bons que tivemos e ainda as conversas e a oportunidade de descobrir as pessoas fantásticas que são. Claro que também o Manel, o António e o Saraiva por consequência que apesarem de serem muito diferentes do meu estilo sabem respeitar o próximo na sua individualidade e se mostraram super simpáticos e bacanas.

E podia escrever uma mensagem que fosse um pergaminho de tudo o que AMEI e me vai deixar SAUDADES aqui do Rio!

Agora que falta pouco menos de um mês sei que foi a decisão certa! Adorei, amei... estou a adorar, amar e sei que de futuro apesar de todos os contras do Rio (que a comunicação social insiste em frisar!) será certamente destino de férias, pelo menos, se não de algo mais.

Com todos vocês no coração, com o Rio e a PUC no coração, um beijo e abraço enorme

Alexandre

sábado, 20 de novembro de 2010

Uma Lição de Vida!

Há já alguns dias que me queria dedicar a escrever um conjunto de mensagens de acontecimentos ou momentos que me têm marcado, mas penso que de todas as que tenho em mente aquela que é mais urgente de contar seja esta de hoje.

Aquilo que vos vou contar é 100% realidade e deve constituir um exemplo de vida para todos nós.

Numa das nossas turmas, um antigo aluno muito bom estudante, destaca-se no dia-a-dia da PUC. O nome dele pouco importa porque afinal o que realmente conta é a sua coragem, força e alegria de viver, por isso vou chamar-lhe "António" para proteger a individualidade dele.

Rapaz moderno, vivo e um pouco indisciplinado o António levava uma vida activa enquanto desportista, fazendo vários desportos ao mesmo tempo que os estudos não eram propriamente a sua maior preocupação. Grandes noitadas, muita farra e garotas para umas noites bem passadas.

Em 2000, durante uma aula de Jiu Jitsu, uma das actividades desportivas que ele praticava, o António caiu mal no chão e magoou-se. Mas disse bem...magoou-se, nada mais que isso! Sentiu uma forte dor na cabeça e nas costas mas saiu pelo próprio pé para se dirigir ao hospital. Chegando lá disseram-lhe que ele tinha feito um lesão grave na coluna, mais especificamente nas vértebras C3 E C4 e que tinha de ser operado com a máxima urgência para evitar algo ainda mais grave.

Após uma cirurgia que estava planeada durar 8 horas mas que se estendeu para as 12, o António acordou mas não falava, não sentia nada. O António tinha ficado tetraplégico. Ver alguém querido entrar pelo próprio pé para um hospital e de lá sair tetraplégico é o fim da vida! Foi isso que os pais do António pensaram...que tudo aquilo não passava de um pesadelo que logo logo ia acabar.

Mas não era um pesadelo...era a realidade! Como devem imaginar o choque é imenso, não só para a família como para a própria pessoa que de um momento para o outro passa de um jovem com 20 anos, activo e bonito para um deficiente altamente dependente de terceiros. O António entrou em depressão, assim como a mãe dele. Foram quase precisos 8 anos até que se começassem a verificar algumas melhorias no estado psicológico de ambos e já depois de muita ajuda médica.

Para agravar toda a situação em 2003, ao entrar para a estação de metro em Botafogo, local onde reside o António e onde não existia à data elevador para fazer o acesso à estação, um funcionário do metro terá empurrado a cadeira de rodas do António pelas escadas abaixo. Completamente indefeso e podendo apenas contar com a ajuda de pedestres que passavam o António não pôde defender o rosto, os braços, as pernas das agressões das pontas metálicas das escadas rolantes e ficaria com o rosto rasgado e parte do braço. Seguiram-se operações estéticas para poder retomar a aparência o mais natural possível...mas o que estava definitivamente rasgado era a alma!

Com dois processos jurídicos a decorrer, um contra o centro de Jiu-Jitsu e outro contra o metro do Rio o António fala que luta com os pais não pelo dinheiro mas pela justiça que tem de ser feita perante instituições, organismos e pessoas negligentes, que jamais se pode arriscar a fazerem o mesmo a outros. O António admite que com os pais já idosos a terem de continuar a trabalhar para pagar as enormes despesas de uma pessoa que tem de andar 24 sobre 24h com enfermeiros do lado, o valor das indemnizações, que ascendem quase a 4 milhões de euros, seriam uma grande ajuda mas que acima de tudo não pode voltar a acontecer o mesmo com terceiros.

Mas toda esta história perguntam.se vocês como eu a soube!? Começou de forma espontânea num corredor da PUC entre o António, o Francisco, eu, a Ana Carolina e o nosso professor Gesualdi. Foi o próprio António que quis contar como tinha acontecido o seu acidente e a meio da conversa já quase que todos chorávamos.

Mas aquilo que me levou a escrever este texto e que é de veras impressionante é a força e a alegria do António. Em 2008, após o inicio da recuperação da depressão o António encontrou a sua nova razão de existir, de sentir e de viver: ESTUDAR! Inscreveu-se na PUC e apesar de saber que os seus obstáculos iam ser inúmeros dedicou-se de corpo e alma aquele seu novo objectivo. Hoje, passado 2 anos, o António é o melhor aluno do curso de Administração na PUC e sente-se plenamente feliz e realizado. Os professores indicam-no como um exemplo a seguir por todos os estudantes e os colegas adoram-no Ele é simpático e super admirado e respeitado pelos colegas.

E digam lá que isto não dá que pensar! Naquela hora de conversa percebi o quão pequenos, mesquinhos e medíocres são a maior parte dos problemas pelos quais discutimos nas faculdades, casa e empregos todos os dias. O António é sem dúvida um exemplo de coragem e determinação a seguir e aqui, em frente de todos vós, lhe deixo o meu sincero Obrigado a minha mais pura Admiração por ele ser quem é.

Beijos e Abraços e pensem o quão efémera é a vida para discutirmos com os que nos são mais queridos, geralmente, por coisas que comparadas com esta não são nada!

domingo, 14 de novembro de 2010

Há dias assim!!!

Há já algum tempo que não escrevia no blogue.

Trabalhos de grupo, testes, dias aborrecidos, em que não apetece fazer nada, e inércia, muita inércia são os principais responsáveis pela minha ausência.

Certamente que desde que o Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil nunca os alunos da Católica tinham apanhado tão mau tempo na Cidade Maravilhosa. Na verdade têm sido mais os dias de chuva que de sol, numa cidade onde nada combina com mau tempo.

Os brasileiros não sabem fazer mais nada com mau tempo a não ser Shopping! Enervante, não é!? Cultura, que é isso?! Enfim...as últimas duas semanas têm sido particularmente aborrecidas e também o entusiasmo inicial já se vai desvanecendo. Já sabem que preciso que constantes mudanças e novidades na minha vida...caso contrário entro em tédio.

E as saudades da família....oh as Saudades!!! Acho que atingiram o ponto máximo neste fim de semana. O Rio começa a cansar-me e já sinto falta do frio e da luz de Lisboa e do civismo da Europa. Aqui, ao contrário do que 99% das pessoas pensam o custo de vida é um ABSURDO! Isto está a ficar estupidamente caro e a mais pequena coisa é cara, muito cara!

De qualquer forma falta pouco mais de um mês e agora há que aproveitar o resto! 

Apesar deste meu discurso  o Rio vai-me deixar muitas saudades, mais que não seja pela ausência de stress que aqui vivo...E Lisboa já aguarda por nós à espera de nos stressar outra vez, mais e mais com a nossa querida Católica!

Farto do Rio e com saudades de Lisboa; com medo de Lisboa e já com a nostalgia da lembrança do Rio! Enfim...o ser humano é mesmo complexo. Afinal ninguém disse que viver era fácil!

Bjs&Abr

Alex